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A matemática do design e dos recursos da marca

Informação de moda
Por Fanny Littmann - 29-05-2017

Momento interessante este do ano. Maio é o mês que anuncia o frio. Sem ser a data oficial do inverno, que realmente começa em junho, este é o mês que dá a largada dos primeiros lançamentos das coleções do verão 2018 que terão, no mínimo, mais dois a quatro lançamentos da estação mais quente do ano. A essa altura, também já sabemos o que é o próximo inverno.



Entre uma e outra data, temos os famosos 180 dias do ano, mas o sistema da moda deixa bem claro que temperatura não é indício de desejo de compra, necessidade de pertencer a uma roupa, calçado ou bolsa. Todo o porquê de uma compra passa bem longe de sentir frio ou calor, calçar bem, ter uma bolsa prática ou ficar bonita.



A nós que trabalhamos estudando as temporadas, o consumo por mês, o desejo por dia, a vontade por hora e a felicidade por minuto, carregamos o sentimento de estar informando o correto, e toda esta informação passa como num átimo de segundo em ser verdadeiro em nossas pontuações, pesquisas e experiências.



Informar moda virou assunto de blogueiras, usar moda virou look de celebridades e saber de moda é assunto comum a qualquer ser humano que tenha cabeça, tronco, membros e celular. Esta é uma verdade latente e atuante da nossa sociedade hiper conectada, atenta ao todo e ainda com acesso a informações desconectadas e erradas.





Sapateiros e empreendedores



O que nos torna – o povo da moda – sapateiros e bolseiros tão diferentes do senso geral e comum são as nossas características de gerar design, unidas a nossa mágica de ser um empreendedor que faz com que os recursos da empresa criem valor quando tudo parece perdido.



O pensamento do design é transformar ideias abstratas e inspirações em algo concreto, em que a simplificação dos conceitos viram ideias de forma eficiente e atrativa ao público a que se destinam. A criatividade é o objetivo prático e eficiente ao se ter calçados, bolsas e coleções que são estudadas no nível analítico do design e do empreendedorismo da indústria.



Na prática, as marcas lançam mão de recursos no ciclo de capital de giro que ainda são saudáveis – e prometem sê-lo em um futuro próximo – pois vale a pena financiar o crescimento. O grande paradigma é definir qual o montante ideal de investimento. Gastar muito traz ineficiências e desperdícios. Gastar pouco não gera a aceleração necessária para sair de órbita. Ambos levam a empresa à derrocada. Calcular qual a medida certa de investimento e de reserva de caixa é a missão matemática de todos empreendedores e fazedores de moda do mundo.



Rihanna & Puma Spring 2017



Recentemente, o presidente do grupo Kering, François-Henri Pinault, deixou de fazer parte do Conselho de Administração da marca Puma. A etiqueta do felino está em uma fase ascendente: a marca revelou em abril um sólido primeiro trimestre de 2017, quando seu volume de negócios saltou 18%. A fabricante de artigos esportivos destacou até mesmo suas previsões financeiras para o ano de 2017, contando com um avanço de mais de 10% das suas vendas no exercício. Ainda assim, parece que o grupo de luxo não quer mais a etiqueta esportiva. Escolhas a serem feitas e foco no luxo, talvez. Vamos acompanhar.



Prada Spring Summer 2017



A marca Prada, por sua vez, teve um primeiro trimestre ruim e vem se ajustando às novas dinâmicas de mercado, ampliando seu comércio eletrônico pelo mundo e diminuindo sua estrutura, cada um procurando seu equilíbrio entre design e recursos.



Alexandre Birman aposta no e-commerce



A marca Alexandre Birman, do grupo Arezzo & Co, recentemente abriu seu comércio eletrônico, ampliando a possibilidade de uma consumidora exigente comprar no mundo virtual e com a entrega personificada e única da marca.



Acredito na união design + recursos + visão a longo prazo. As marcas com longa data estão aí para provar que essa essência matemática dá certo. Investir em design, na união do comercial ao financeiro de uma indústria, é fundamental para se chegar ao desejo único dos consumidores atuais, ou seja, as tão famosas tendências têm de estar focadas no olhar da informação de moda verdadeira, nas estratégias de vendas que potencializam as parcerias e na visão de um departamento financeiro investidor e moderador de recursos.



O verão 2018 promete a renovação dos modos de ser e do vestir com muito compartilhamento de trabalho e ideias. Acredite, confie no seu trabalho único!