“Existe um consenso no setor calçadista: o ano só começa na Couromoda. E, em 2019, não será diferente (…). Na verdade, será um pouco diferente, sim. Nesta edição, viveremos um momento poucas vezes visto: uma nova oportunidade para o Brasil e para o setor”. Com estas palavras, o diretor geral da mostra, Jeferson Santos, descreve seu ponto de vista sobre a Feira Internacional de Calçados, Artefatos e Acessórios de Moda de número 46, que ocorre desta segunda-feira, dia 14, até a quinta, 17, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP.

Levando em conta o novo momento do empresariado brasileiro, que recupera as esperanças na retomada da economia, Santos estima que os resultados da exposição sigam se refletindo nos números dos próximos 12 meses. Segundo ele, historicamente, ao longo do ano, 35% dos negócios do segmento têm origem no evento. “Para 2019, a estimativa é manter este número. O Brasil reprovou um modelo econômico e político, sem abrir mão de eventuais avanços. Agora, se mostra pronto para uma nova etapa, na qual se imagina um cenário mais favorável ao mercado e à geração de riquezas e empregos, livre do mau uso dos recursos públicos como prática quase institucionalizada”, opina.

No longo prazo, o executivo prevê o que chama de uma “nova era”, com evoluções em todos os âmbitos político-econômicos. O calçado, neste contexto, deve seguir exercendo papel fundamental para o bom desempenho do País. “Da nossa parte, seguimos investindo e apostando para fazer da Couromoda um evento completo, que gera vendas e conhecimento. Se todos caminharmos juntos e unidos no mesmo objetivo – o de transformar o Brasil na nação com a qual sempre sonhamos –, as perspectivas para 2020 serão ainda melhores”, pontua. Leia mais na entrevista a seguir.

A feira ocorre em um momento de novas perspectivas para o Brasil e o setor. Você acredita em uma mudança real no cenário econômico?
As vendas de Natal foram as melhores desde 2014 e isso faz com que lojistas precisem repor estoques e apresentar novidades aos clientes. Além do mais, a confiança do consumidor voltou a patamares animadores, os melhores dos últimos quatro anos. O momento é propício aos negócios e temos certeza de que a Couromoda, como sempre, dará sua contribuição. Segundo informação oficial divulgada pela Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), as vendas no segmento em 2018 fecharam com crescimento de 2,6%, no comparativo com 2017. Para 2019, a estimativa é de um incremento ainda maior: 3%.

De onde surgiu a ideia de voltar a realizar o Congresso Nacional do Calçado um dia antes da abertura oficial da feira?
Foi uma demanda do mercado, ouvida por intermédio de pesquisas de satisfação com lojistas e fabricantes de todo Brasil. Outra mudança é a repetição do programa de palestras todos os dias, possibilitando que quem visite a feira em dois dias veja todo o conteúdo.

Qual é a expectativa em relação à visitação de lojistas nacionais e internacionais?
Estimamos um incremento de 5% no número de visitantes, que devem chegar a 31 mil acessos profissionais. Deste total, mais de 2 mil são players estrangeiros, com grande capacidade de compra. Em termos de lojistas, os maiores empresários do Brasil estarão presentes na feira.

Houve crescimento no número de expositores?
Mantivemos o número de expositores. Ou seja, teremos mais de 2 mil coleções de calçados, bolsas, acessórios e confecções, com lançamentos de inverno, alto-verão e meia estação. As marcas participantes da Couromoda representam 90% da produção nacional do setor.