Nos últimos três dias, a presença maciça de lojistas verde-amarelos e de importadores no Salão Internacional do Couro e do Calçado (SICC) movimentou as esteiras de produção das fábricas de calçados brasileiros. Diversas marcas que participaram da 28ª edição da feira, que começou na segunda-feira (20) e terminou na quarta-feira (22), nos pavilhões do Serra Park, em Gramado, celebram não só os pedidos gerados como também os contatos realizados. Com estande lotado todos os dias, a gerente comercial da Petite Jolie (Campo Bom/RS), Rebeca Scheffel, revela que, mais uma vez, valeu a pena participar da mostra. “Lançamos os produtos de verão. A sensação é de que a edição deste ano teve mais público”, comenta. A gerente de marketing da marca, Mayara Vargas, acrescenta que a movimentação superou as expectativas. “As mesas de negociação estavam sempre cheias com lojistas nacionais e internacionais.”
E esse aumento sentido pela empresa foi registrado pela mostra por meio do controle de acesso. Somente no primeiro dia, o incremento foi de 15% na comparação com o primeiro dia de 2018. E, no segundo, o aumento foi ainda maior. “Que feira incrível. Trabalhamos para isso, mas não esperávamos esse sucesso e o volume que tivemos”, afirma o diretor da Merkator Feiras e Eventos, empresa promotora do SICC, Frederico Pletsch. Quantidade de visitantes, inclusive, superior à projetada pela promotora hamburguense antes do início desta edição. “Já estamos começando a planejar a próxima edição com problema de espaço porque já teve empresário que não participou este ano querendo garantir seu estande.” Em 2020, o Sicc será de 18 a 20 de maio.
Nacionalidades de 55 países
Inglês, espanhol, italiano, árabe, russo foram alguns dos idiomas que eram identificados nos corredores do Sicc. Ao todo, mais de 750 importadores de 55 países participaram da edição deste ano da feira. Somente pelo Grupo de Importadores, 200 estrangeiros vieram com hospedagem e passagens dadas pela feira. Um deles foi Mohammed Klan, da Arábia Saudita. “Essa foi a minha terceira participação e, na minha opinião, a edição 2019 foi a melhor em relação às outras”, fala o importador, que frisou ter vindo ao Brasil com um objetivo: comprar calçados. “Fiz muitos negócios e destaco a qualidade dos produtos e o belo atendimento neste ano.”
Mostra assertiva
Outra calçadista que está celebrando os resultados do Sicc é a Invoice (Sapiranga/RS). A gerente comercial da marca, Mona Land, fala que a edição 2019 superou a edição passada da feira. “As feiras de Gramado são mais assertivas para a empresa, quem visitou veio para efetivar pedidos”, comenta, ao dizer que novos mercados foram abertos na mostra deste ano. Com uma expectativa positiva para o segundo semestre, a Invoice está apostando no fortalecimento de parcerias.
Aumentos nos pedidos
Entre os milhares de visitantes que circularam pelos corredores do Sicc, a lojista paulista Sandra Regina Benatti Magia esteve, pela primeira vez, na feira este ano. “Gostei bastante da feira, dos preços e das novidades. Fechamos mais pedidos, cerca de 10% a mais em relação ao que compramos nesta época”, comenta Sandra, ao dizer que, normalmente, compra calçados de muitas marcas gaúchas para a sua loja. E, desta vez, não foi diferente. “Fechei pedidos com muitas marcas do Sul”, fala a paulista, que não conhecia a Serra gaúcha e pretende voltar na edição do próximo ano do Salão Internacional do Couro e do Calçado.
Moda para todos norteia mais um Exclusivo Debates na feira
Um dos destaques do último dia da edição 2019 do Sicc foi o Exclusivo Debates. Mais uma vez, o encontro, que tem como intuito discutir assuntos relevantes para o futuro do setor calçadista, contou com lideranças do segmento. Promovido pelo Grupo Sinos, por meio do Jornal Exclusivo, o encontro, que integrou a programação do espaço ConecTech, debateu a moda para todos - os desafios da indústria calçadista ao varejo. Mediado pela editora-chefe do Jornal Exclusivo e da Revista Lançamentos, Marcela Brown, e pelo coordenador de Moda do Grupo Sinos, Nelson Batista Zimmer, a iniciativa teve a presença da diretora de Relacionamento da Merkator, Roberta Pletsch, o diretor da La Femme (Birigui/SP), Renato Barboza, e o diretor da Calçados Variettá (Três Coroas/RS), Márcio Port.
Conhecida pela característica da numeração inclusiva, a Variettá criou essa identidade a partir de uma necessidade do mercado. Port conta que o fato não foi planejado. “Todas as nossas linhas se iniciam no 33 e seguem até o 43. Temos quatro linhas que vão até o 45 e uma novidade que trouxemos para o Sicc é uma linha que vai até o 46. Aumentamos, justamente, por causa dessa demanda do mercado”, fala. Com foco na produção de sandálias, rasteiras, flats, a La Femme, desde o início, priorizou o conforto. “E uma das novidades que apresentamos no Sicc é o fato que ampliamos uma linha até a numeração 42. E tem tido uma boa aceitação”, destaca Barboza.
Outra questão levantada foi o meio ponto. Barboza acredita que este é um futuro a ser pensado. Entretanto, Port lembra que essa é uma questão complexa, já que as variações dos pés são muitas. E Roberta frisa que é, justamente, por essas variações que ela não gosta de comprar calçado pela Internet.
